Se existe uma cidade da qual podemos dizer que é o símbolo mais atual da paz, esta é Hiroshima. Não só pelo que sofreu durante a Segunda Mundial, quando passou por um ataque nuclear dos Estados Unidos, mas principalmente pela maneira que se reergueu e que hoje luta por um mundo com menos armas e mais tolerância.
Primeiras impressões
Quando chegamos a Hiroshima, tivemos uma boa impressão à primeira vista. Um lugar bonito, verde, monumentos brancos, limpeza, o silêncio que é tão comum nas cidades japonesas, um ambiente agradável e perfeito para se fazer uma reflexão sobre o momento em que vivemos: essa busca louca pelo poder e a corrida armamentista que sempre aconteceu.
Logo na entrada – chegamos de barco por Miyajima – já nos deparamos com o Domo da Bomba Atômica. Trata-se de um prédio que foi parcialmente destruído e mantido como memorial durante a reconstrução de Hiroshima, no pós-guerra.
Para saber mais sobre o barco que pegamos fora da rota do JR (Japan Rail Pass) e fazer este trajeto entre Miyajima e Hiroshima clique nos links –> https://www.aqua-net-h.co.jp/en/heritage/terminal.html e https://www.aqua-net-h.co.jp/en/heritage/route.html
Para se ter uma ideia de como este monumento resistiu, o epicentro da explosão foi a somente 150 metros dele. Depois de muita discussão entre os moradores, a decisão foi mantê-lo erguido, reforçando sua estrutura e deixando lá, para que o mundo se lembre do que aconteceu e que se possa fazer algo diferente a partir de agora.
A História foi dura com esta cidade. Em 1945, uma bomba nuclear foi despejada sobre ela, o que causou uma destruição instantânea além da morte de cerca de 80 mil pessoas, número que aumentou para 140 mil vítimas por conta da exposição à radiação anos depois do ataque.
Observando bem o cotidiano japonês, fica difícil imaginar que um país com um povo tão pacífico entrou de cabeça em uma guerra sangrenta como esta, também sendo responsável por mortes e outros crimes neste período. Mas fica incompreensível também a dosimetria que foi aplicada pelos EUA, que estudou meticulosamente quais cidades seriam atingidas e isso provocaria mais destruição graças à geografia destas regiões.
Como já sabemos, Hiroshima não foi a única atingida por uma ogiva nuclear; Nagasaki sofreu a mesma pena. O Estados Unidos acharam que estas regiões eram favoráveis para o bombardeio, já que eram planas e cercadas por montanhas. Daí a destruição tão grande e em tão pouco tempo. O fim deste conflito acabou com a rendição do Japão. Sua aliada, a Alemanha, já havia sido derrotada.
O que encontramos no Museu da Paz não foram histórias vitimizando o Japão durante a Segunda Guerra. Muito pelo contrário, toda a exposição tenta contar a História de maneira imparcial, responsabilizando também o Japão pelo caminho que a guerra levou, além de tentar agora passar para o mundo a mensagem de que não vale a pena o conflito e sim o diálogo, como é digno da cultura japonesa.
O visitante confere como tudo aconteceu. Desde a tentativa de expansão do território japonês à época até o ataque de Pearl Harbor, passando pelo desfecho da rendição do país depois do bombardeio, que é explicado de diferentes formas como exposições audio-visuais, fotos, relatos e registros da época.
Conhecendo a cidade
A mensagem é direta, “No more Hiroshimas”, “Não mais Hiroshimas”. Pelo desarmamento nuclear e para frear a produção deste tipo de armamento pelo mundo, uma vez que bombas até mais potentes, como as de hidrogênio, estão sendo desenvolvidas e testadas ao redor do mundo, indo na contra-mão desta campanha. Hiroshima é, por si só, este alerta. Uma bomba de destruição em massa que pode causar mais danos e destruição ao nosso planeta nos próximo séculos.
E esta mensagem o Japão quer realmente passar para o mundo. Crianças e adolescentes aprendem desde cedo a perseguir a paz, eles vão às ruas para pressionar líderes políticos a não utilizar armas nucleares. Nós assinamos um manifesto feito por um grupo de adolescentes que se dispõe a espalhar este ensinamento. A paz deve ser perseguida.
Confesso que esta viagem a Hiroshima me deu uma confusão de sentimentos. Desesperança na humanidade e tristeza mas, ao mesmo tempo, sobrou aquele resquício de fé ao saber que tem muita gente que ainda busca pela paz e pela tolerância.
Lugares para visitar
Além do Museu da Paz e o Domo da Bomba Atômica, que são atrações principais e obrigatórias, nós também recomendamos alguns lugares que você vai acabar conhecendo apenas por andar pela cidade.
Memorial nacional da paz de Hiroshima para as vítimas da bomba atômica
Trata-se, como o próprio nome já diz, de um hall com documentos, fotografias e relatos de vítimas diretas e indiretas da bomba atômica. Um tanto triste, uma vez que mostra como era normal a vida na cidade antes do bombardeio.
Há perfis de pessoas como bombeiros, engenheiros, pais, mães e famílias inteiras destruídas. A sensação que tive é que há uma construção de empatia nas exposições. Imagine sua vida seguindo e sendo interrompida por uma guerra sem precedentes. Foi exatamente isso que aconteceu.
Monumento da Paz das Crianças
Fica na praça principal. Uma escultura que lembra das crianças, que passa ensinamento. Tem um sino embaixo para ser tocado, o que quebra o silêncio que existe na praça. Um símbolo que lembra das crianças, da importância de se preservar a paz no futuro.
Parque da Paz
É a praça principal, ao chegar lá logo vai se deparar com o monumento mais importante de Hiroshima. Este símbolo é tão forte que até o ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, visitou o lugar. A passada do principal líder mundial foi histórica, sendo a primeira de um presidente norte-americano em exercício.
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