Esta é uma daquelas postagens que nos leva a uma experiência extraordinária. Um lugar onde você pode conhecer e interagir com o mundo das aves de rapina.
Um santuário para os animais que são resgatados de ambientes hostis produzidos pelo homem.
Depois de viajar cerca de 45 km saindo de Aracaju, avistamos a Serra de Itabaiana.
O Parque dos Falcões fica entre as montanhas e chácaras do município, um pouco difícil de chegar. Logo vimos um monumento de um urubu branco, uma homenagem do dono do parque à sua ave que foi roubada, segundo ele, por pesquisadores.
Monumento em homenagem ao urubu branco é sinal que estamos perto do parque. |
O parque
Chegando ao local, um sítio simples mas bem estruturado para todas as espécies de aves, conhecemos o José Percílio. Homem simples, de uma fala difícil de se compreender.
Mas basta um pouco de tempo ao lado dele para a gente perceber que é com as aves que ele se entende. Uma imitação de som produzidos por elas e percebemos logo esta conexão.
Sim, Percílio nasceu falcão em um corpo humano. É incrível como ele manipula os animais. Como se comunica com eles e consegue transformá-los em amigos íntimos.
Até um “guarda” ele contratou para vigiar a propriedade. Trata-se do Psicopata. Um falcão que não deixa pessoas desacompanhadas de Percílio andarem pelo sítio sem fazer voos rasantes pelas cabeças dos desconhecidos. Na presença do anfitrião, Psicopata não faz nada, apenas observa de longe.
Percílio se comunica com as aves como se fosse uma delas. |
Falcão apelidado carinhosamente de Psicopata |
O contato com estes bichos se torna algo mágico. Além de conhecer o trabalho desenvolvido pelo responsável, tudo registrado e fiscalizado pelo Ibama, podemos também perceber que estas aves são um dos animais mais fiéis ao homem.
Deve ser por isso que, há séculos, os falcões já são usados como ferramenta de caça na Europa e Ásia.
E Percílio defende isto veemente. O homem de jeito simples conhece cada espécie, sabe como lidar com todas e faz um trabalho importantíssimo para a fauna.
Ele retira bichos que sofreram maus tratos ou fugiram de ambientes degradados pelo homem e os trata. Alguns, depois de recuperados, são soltos na natureza, outros vivem em cativeiro e passam a ser fiéis ao dono. Voam juntos a ele, caçam, passeiam e até participam de filmes estrangeiros.
O Ibama sempre encaminha os animais maltratados para lá, já é de praxe. A organização passou a ser braço direito do órgão ambiental.
O trabalho de Percílio não é exploratório. Ele faz de tudo para que as aves se recuperem.
O tratamento dado é algo muito generoso e o passeio pela propriedade também não se enquadra no esquema de tirar dinheiro de turista.
Com apenas R$ 25,00, o visitante conhece muito deste impressionante mundo das aves de rapina. Na volta para casa, fica o sentimento de que algo está sendo feito para salvar o que ainda resta do nosso meio ambiente e um soldado é incansável para proteger o que ainda nos resta.
Mais informações: www.parquedosfalcoes.com.br
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